sexta-feira, 27 de março de 2015

Wide Awake


Deveria ser um momento prazeroso e natural, contudo,
torna-se uma estressante necessidade.
Vira daqui.
Vira pra lá.
De frente.
De bruços.
De lado.
Do outro.
É quase uma dança.

São em situações assim, das quais se lembra de discussões antigas e infortunas, 
as mesmas que se deveria ter expressado algo não dito.
Você repassa os fatos mentalmente, calmamente, um por um.

A fome sussurra ao pé do ouvido.
Mas você lembra que se comer algo deverá escovar os dentes, então, 
desanima da ideia para poupar a fadiga.

De volta aos exercícios.
Boceja.
Senta-se.
Toma um gole d'água.
E retorna ao sofrimento.

Lembra-se angustiadamente que se deve levantar daqui a duas horas.
Sendo assim, retorna as reflexões indevidas.
Pensa no futuro, no passado e no presente.
Com os olhos bem abertos.

Até que, aos poucos, as pálpebras tornam-se pesadas, e consequentemente, mais pesadas com os segundos que se passam.
E a consciência vai ficando cada vez mais distante, até que...
De repente...


O despertador anuncia que você tem que acordar, mesmo sem ter dormido.

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