Recentemente terminei de ler o
outro magnífico livro de Khaled Hosseini, o mesmo escritor do elogiado
Best-seller internacional O Caçador de Pipas.
Khaled é de Cabul, capital do
Afeganistão. Sua mãe era professora e seu pai envolveu-se com o ministério de
exterior afegão, o que contribuiu para a saída do país com sua família aos 17
anos de idade. Morou nos Estados Unidos, no Irã e na França, mas atualmente
reside na Califórnia junto de sua esposa e os dois filhos.
Já li os dois livros de Khaled, O
caçador de Pipas e A cidade do Sol. E o que mais aprecio e admiro neste autor é
sua habilidade de transmitir ao leitor as sensações e sentimentos vivenciados
pelos personagens. Com sua escrita cativante e razoavelmente detalhada, é fácil
expandir a imaginação e projetar mentalmente o determinado momento ou local
descrito pelo autor. Mas é de passível percepção a importância dos cenários,
contudo são os sentimentos os personagens ativos de sua narrativa. Os
sentimentos estão presentes em cada palavra escrita e deles derivam-se os
textos carregados pela emoção.
O romance diferente de O caçador de
Pipas dessa vez conta sobre a vida de Marian e Laila, duas mulheres afegãs que
tem como cenário para sua história um Afeganistão marcado por perdas e
tristezas devido aos confrontos e intolerâncias decorrentes no país. Unidas
pela raiva e a amargura, elas terão que lutar contra o ódio, as injustiças e os
preconceitos para superar o medo, a opressão e o sofrimento.
Mariam viveu a infância na mais
pura pobreza ao lado de sua mãe e toda aprendizagem que teve foi os
ensinamentos do alcorão. Mesmo sendo filha de Jhalil, dono do cinema da cidade
de Herat. Não é aceita pela família de seu pai e não tem direito a qualquer bem
por ser uma harami (filha ilegítima, de pais não casados). E após a
morte de sua mãe se vê obrigada por seu pai aos 15 anos se casar com um
sapateiro de 45 anos.
Já Laila era uma menina de 14
anos filha de um professor e que achava que poderia ser o que quisesse. Possuía
inúmeros sonhos e uma paixão secreta por seu melhor amigo Tariq. Mas a vida nem
sempre é como desejamos. E como é dito na sinopse do livro: nós não controlamos
o destino.
É evidente que as dificuldades,
abusos e intolerâncias sofridos por elas são causados pelo fato de serem
mulheres, em um país onde valores são retorcidos, confrontos sangrentos são
freqüentes e os homens possuem totais direitos enquanto as mulheres são
submissas.
A história merece ser lida e
absorvida. Narrada de forma emocionante e esplendorosa, e traz a reflexão sobre
assuntos que nem sempre são abordados de forma direta pela sociedade. Com
certeza é merecida todas as criticas e elogios para este autor que a cada livro
nos surpreende com o despertar de sentimentos e engrandece adoravelmente nosso
conhecimento.
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